sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Como sobreviver no ministério.

O ministério pastoral, tal qual o temos hoje, é uma atividade sobre-humana.

Espera-se dos pastores o que nem Deus, nem a Bíblia exige. Os ministros de Deus nos primeiros séculos da era cristã, sabiam exatamente o que se esperava deles e compreendiam que, servir à Deus pelo dom pastoral, não era uma carga, mas um privilégio. Com o passar dos anos, a igreja sofreu inumeráveis transformações, institucionalizou-se e acabou profissionalizando o "improfissionalizável" .  Hoje, os pastores precisam ser empreendedores, administradores, cantores, músicos, conselheiros, visitadores, pregadores, professores, psicólogos, conhecedores de informática, engenheiros e (pasmem), bons comerciantes (!).
Além disso, se o pastor anda bem arrumado, logo dizem: "tá ganhando muito". Se anda de modo simples, dizem: "sinto vergonha do meu pastor". Se é inteligente, é carnal. Se ora muito, é mistico. Se ora pouco, é vagabundo. Se vê TV, é por que está ocioso. Se não assiste TV, é desinformado. Se o sermão foi curto, é porque não estudou. Se for longo, foi chato. Se fica à porta para cumprimentar, é inconveniente. Se não fica, não tem interesse pelas ovelhas. Se prega sobre santidade, é muito exigente. Se não prega sobre santidade, é mundano. Além disso tudo, realizam batismos, funerais, casamentos, festas de 15 anos, bodas de prata e ouro, apresentação infantil, etc.
Pastores queridos: o que fazer? A resposta talvez seja mais simples do que possamos imaginar. 
1) Pastores são seres humanos, limitados, e dependentes da graça de Deus. Jamais devem assumir diante da igreja o que não são e nunca serão.
2) Pastores, antes de serem pastores, são crentes. A identidade de filho de Deus deve ser fomentada diariamente pela meditação e oração. 
3) Pastorear é influenciar e não determinar, dirigir, intervir, fazer no lugar dê, e coisas do tipo. 
4) Pastorear é prestar contas à Deus em primeiro lugar. Ser servo de Deus e não de pessoas, muitas vezes mimadas, manhosas, carnais e até demonizadas.
5) Pastorear é ficar na presença de Deus o suficiente para poder falar em nome dele na hora certa e da forma certa.
6) Pastorear é apaixonar-se pelas Escrituras e crescer continuamente no conhecimento das mesmas e fazer notório a todos este desenvolvimento espiritual.
7) Pastorear é viver uma vida normal: comer , beber e dormir o suficiente. Observar o momento de lazer, de férias, de estar com a família e de cultivar hábitos saudáveis de relacionamento com amigos, cristãos e não cristãos, vivendo de modo íntegro entregando sua reputação ao Senhor.
Desta forma, sobreviveremos no ministério - sob críticas muitas vezes, sob aplausos, outras tantas. E o que fizeram com Cristo, farão conosco também: cruz.
Bem vindo ao clube!

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

9 fases na vida de uma igreja




     Há muitas fases na vida de uma igreja. Saber em que fase a sua igreja está é crucial à saúde e à longevidade dela e, o mais importante, ao progresso futuro do evangelho.
     As seguintes nove fases da vida de uma igreja procedem de minhas observações na implantação da Mars Hill Church e na assistência a centenas de outras implantações de igrejas por meio do ministério Atos 29.
1. Gestação
Nesta fase, uma visão é plantada. Deus chama um líder (ou líderes) para começar uma nova igreja e esclarece os detalhes da visão. Um grupo inicial de pessoas é reunido, um local de reuniões é provido, alguns ministérios começam a se formar, e recursos financeiros são obtidos.
2. Nascimento
Durante esta fase, a igreja deixa de ser um conceito e se torna uma realidade. Ela se abre para convidar a comunidade mais ampla e focaliza sua atenção em evangelização, crescimento e implementação de novos sistemas, estabelecendo novos líderes.
3. Infância
Infância é o período de tempo em que a frequência à igreja se torna um tipo de padrão estabelecido, planos de longo prazo se iniciam, novos programas são acrescentados, e estruturas administrativas se desenvolvem, a fim de se prepararem para crescimento numérico e envolvimento na missão da igreja.
4. Adolescência
Nesta fase, membros da igreja começam a assumir posições de maior liderança, o governo da igreja começa a se formar, a frequência à igreja e a contribuição financeira começam a aumentar.
5. Maturidade
Quando uma igreja começa a amadurecer, o número de líderes é aumentado, a igreja ganha a confiança de que agora tem estabilidade suficiente, o governo e a liderança da igreja são solidificados, a frequência à igreja e a contribuição financeira se tornam mais fortes. A igreja é agora independente, governa-se a si mesma e financia-se a si mesma. É também comum que igrejas nesta fase comprem suas próprias acomodações.
6. Paternidade
Paternidade é o tempo quando a igreja está pronta para reproduzir-se por dar liderança e recursos financeiros para o início de outro ciclo de implantação de igreja. Isto resulta no surgimento de uma nova congregação. Neste caso, o fato singular é que a igreja patrona da implantação da nova igreja tem um interesse permanente em orar por e ser responsável pelo novo trabalho, visto que tem-se sacrificado por ele.
7. Descendência
Esta época da vida de uma igreja ocorre quando ela já implantou tantas igrejas que começa a ver igrejas implantadas de terceira e quarta geração.
8. Morte
Quando uma igreja não é saudável, ela morre. Uma igreja não é saudável quando ela deixa de experimentar crescimento nas conversões ou deixa de atrair líderes jovens. Nesta altura, os membros da igreja se deparam com um dilema crítico. Primeiro, podem negar a morte iminente da igreja, vender seus bens para prolongar sua morte, redefinir sua missão para proteger sua morte ou apenas sobreviverem enquanto a igreja morre lenta e dolorosamente, reescrevendo os melhores anos de sua história para sentirem-se significantes e bem-sucedidos. Segundo: podem tomar sua morte iminente como uma oportunidade para ressurgir.
9. Ressurreição
Nesta fase, os membros de uma igreja sabem que ela está morrendo ou, pelo menos, não é tão saudável e frutífera como deveria ser e decidem, humildemente, encerrar a sua organização e reimplantar a igreja. Reimplantações são feitas normalmente pela contratação de um novo pastor empreendedor para começar com os bens existentes e com a liberdade de acabar programas, excluir pessoas problemáticas e decidir o que fazer com suas instalações. Doar as instalações e os bens para um plantador de igreja ou para uma igreja que está crescendo é outra opção. Igrejas que têm esta humildade e sabedoria devem ser estimadas como igrejas-modelos pela maioria das igrejas que não se desenvolvem ou estão em declínio e precisam ter uma visão para a um futuro frutífero e fiel.
Em que fase está a sua igreja?
Tradução: Francisco Wellington Ferreira

O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel.

Mark A. Driscoll é um pastor e autor norte-americano. É pastor e co-fundador da igreja Mars Hill Church em Seattle, Washington, co-fundou a Rede Atos 29e tem contribuído para a seção "Fé e Valores" do jornal The Seattle Times.

Extraído do informativo FIEL de Outubro.