segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Ministério: ônus e bônus.

     O ministério cristão provê grande satisfação na vida do vocacionado.          Talvez o bônus que esta gratificação espiritual nos forneça supere em muito o ônus que acarreta. 

     Como bônus me refiro ao fato de sermos canal de bênção e salvação na vida de muitas pessoas. Ajudar outros a conhecerem Jesus e segui-lo é, em si, um bônus valiosíssimo. 
"Que os homens nos considerem como ministros de Cristo e dispenseiros dos mistérios de Deus", diz Paulo. Este é o bônus. Reconhecimento, consideração. Mas ao mesmo tempo, Paulo diz: "Convém que cada ministro, porém, seja encontrado fiel". Este é o ônus: fidelidade.

     Ser fiel quando tudo vai bem, é fácil. Popularidade, reconhecimento, aplauso, influência crescente na comunidade, e por aí vai. Mas fidelidade não é testada na prosperidade, mas na adversidade. Isto é ônus. Ser fiel quando as coisas não caminham bem, as criticas caminham num crescendo, caras e bocas manifestam-se nada amistosas e nosso projetos malogram... Neste tempo, o ônus da fidelidade deve ser pago. Incompreensão, calúnia, o povo debandando, ameaças, etc. são comuns na vida dos servos de Deus. É aí que o ônus pode parecer superar o bônus. Mas não se engane. Deus é fiel. 

     O mesmo Paulo diz: "Me considerou (Deus) fiel, designando-me para o ministério". Sim. quando nos chama, Deus sabe que somos insuficientes, falhos, pecadores e débeis. Mesmo assim, aposta em nós. Sua confiança em nosso trabalho se baseia na fidelidade dEle por nós e não no contrário. Mas o ônus da fidelidade deverá ser pago. É então que descobrimos que até o ônus do ministério é uma espécie de bônus divino, para nosso proveito e para Sua Glória.

    Persevere. Ônus e bônus estão a seu favor.

                                                                                                              Pastor Sérgio Marcos

sábado, 3 de janeiro de 2015

Cuidado Pastoral

          "Cuidado pastoral significa muito mais que preocupação pastoral. Significa uma contemplação crítica e cuidadosa da condição humana. Por meio dessa contemplação, os pastores podem retirar o véu e deixar o visível para eles e para os outros o fato que o bem e o mal não são apenas palavras, mas visíveis realidades na vida de cada um. Nesse sentido, cada contato pastoral é um desafio para compreender de uma forma nova a obra de Deus na humanidade, e distinguir com uma sensibilidade crescente a luz e as trevas no coração humano.

     "Neste modo, a contemplação não é apenas um aspecto importante da vida do sacerdote ou uma condição indispensável para o ministério frutífero. Ministério é contemplação. é um constante desvendar da realidade e a revelação da luz de Deus e também das treva da humanidade. Nesta perspectiva, o cuidado pastoral individual nunca poderá ser limitado à aplicação de qualquer habilidade ou técnica, uma vez que, em última instância, ele é a busca contínua por Deus na vida das pessoas a quem queremos servir. Na verdade, o paradoxo do ministério é que vamos encontrar esse Deus que queremos oferecer nas vidas daquelas pessoas a quem queremos doar esse Deus.

    "Se a abordagem pastoral não for além do nível das habilidades técnicas, nós ministros seremos tentados a nos tornar manipuladores de pessoas.

EXTRAÍDO de Mistério Criativo, Henri Nouwen, Editora Palavra, pg 83.