sexta-feira, 22 de junho de 2012

Teologia inclusiva para um Jesus exclusivo (!)

     Hoje em dia, em matéria de teologia, fala-se muito, escreve-se muito, estuda-se pouco. O verdadeiro estudante de teologia está em falta. Há muitos repetidores e alguns franco atiradores, metidos a teólogos, que buscam na Bíblia justificativa para seu pensamento, nada ortodoxo. Basta um certo figurão no meio evangélico se desgarrar do caminho estreito e... pronto: lá está ele fazendo "teologia inclusiva", querendo se incluir num ambiente que, por sua essência exclusiva, o excluiu.
     Desde que me dou por gente, entendo que o evangelho não é inclusivo. Não tem como ser inclusivo pois o centro deste evangelho é Cristo, o exclusivo filho de Deus . A salvação é exclusividade de quem aceita os fatos do evangelho, submete-se ao senhorio exclusivo de Cristo, congrega na igreja (comunidade exclusiva para salvos em Cristo) e após a morte, será conduzido com exclusividade ao céu ou será arrebatado com exclusividade pelo Cristo exclusivo que o salvou exclusivamente. 
     Comunidades "inclusivas" estão se multiplicando, propondo ser um tipo de colcha de retalhos para qualquer tecido.  Seu versículo predileto é: "Deus não faz acepção de pessoas". Sim, com certeza. Seu amor e poder salvador atinge brancos, negros e asiáticos, pobres ou ricos, de qualquer cultura e nação. Mas não se esqueça das parábolas da "rede de pesca" e "do trigo e o joio" onde Jesus deixou evidente o caráter exclusivista de sua mensagem.
     Não se iluda meu irmão. Quem não foi encontrado com "vestes festivais" nas Boda do Cordeiro, será lançado fora.
"Eis que venho em breve! Disse Jesus:A minha recompensa está comigo, e eu retribuirei a cada um de acordo com o que fez.  Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim. Felizes os que lavam as suas vestes, para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar na cidade pelas portas. Fora ficam os cães, os que praticam feitiçaria, os que cometem imoralidades sexuais, os assassinos, os idólatras e todos os que amam e praticam a mentira" (Ap 22:12 à 15).
     Teologia inclusiva? TO FORA.
sergiomarcos59@hotmail.com

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Igrejas "on-line" : você curte?

Taí uma coisa que deu certo: igrejas "on-line". 
O "incuravelmente religioso" ser humano não poderia ficar sem essa, afinal, a internet é uma bênção 

ou não é?


Não discutirei a validade, a intenção e muito menos a pertinência dos ditos "cultos on-line". Mas receio que estejamos diante de algo que poderá afetar o cerne do cristianismo bíblico.
Vejo muita vantagem em usar a internetpara propagar valores cristãos.  No entanto, suspeito que alguns poderão se auto enganar com a ideia de que o culto (ou igreja) "on-line" é uma alternativa viável e confiável para o desenvolvimento espiritual.
O mundo virtual é interessante, cativante e nos mantém numa distância confortável de tudo que seja comprometedor. É como se adquiríssemos uma outra identidade, uma passaporte para transitar livremente curtindo o melhor dos relacionamentos sem aquela parte amarga de ter que se desculpar, pedir perdão ou perdoar e conviver com "caras e bocas".
Na igreja virtual curto a mensagem, os louvores e ao mesmo tempo consulto meu facebook, checo e-mails, entre um e outro "aleluia". Se o sermão estiver chato, abaixo o volume e vejo alguma loja virtual ou me distraio conferindo as notícias do momento.
Se você é adepto da igreja on-line e acha que estou exagerando, não perde por esperar. Mais cedo ou mais tarde vai perceber que eu tinha razão.
Não abro mão do culto em uma igreja local por várias razões. Primeiramente porque não sou um homem virtual, sou real, nasci de uma placenta real, fui amamentado em seios reais e dormi num berço de madeira real. Em segundo lugar porque anseio toque, abraço, o encantamento de um aperto de mão. Também me faz bem perceber que o pregador me notou no recinto, dirigiu-se a mim por me conhecer pelo nome - ou seja - sou pessoa real e anseio por uma vida de pessoalidade.
Igrejas on-line, em meu ponto de vista, não servem nem para quem está hospitalizado ou enfermo em casa. O que estas pessoas precisam é de uma visita real de uma pessoal real, que lhe chame pelo nome e chore junto com ela a sua dor, a sua perda, a sua carência. 
Em suma: igrejas virtuais ou "on-line" são ótimas para divulgar uma marca, para dar aos seus protagonistas a sensação de que estão "no ar" e compartilhar com outras igrejas virtuais sua bela performance. Suspeito que haja algum valor em se ter um culto on-line, mas ainda não fui convencido de sua real necessidade.
Nada contra...mas...

sergiomarcos59@hotmail.com

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Afinal, o que está errado com a teologia da prosperidade?


Apesar de até o presente só ter melhorado a vida dos seus pregadores e fracassado em fazer o mesmo com a vida dos seus seguidores, a teologia da prosperidade continua a influenciar as igrejas evangélicas no Brasil.

Uma das razões pela qual os evangélicos têm dificuldade em perceber o que está errado com a teologia da prosperidade é que ela é diferente das heresias clássicas, aquelas defendidas pelos mórmons e "testemunhas de Jeová" sobre a pessoa de Cristo, por exemplo. A teologia da prosperidade é um tipo diferente de erro teológico. Ela não nega diretamente nenhuma das verdades fundamentais do Cristianismo. A questão é de ênfase. O problema não é o que a teologia da prosperidade diz, e sim o que ela não diz.

  • Ela está certa quando diz que Deus tem prazer em abençoar seus filhos com bênçãos materiais, mas erra quando deixa de dizer que qualquer bênção vinda de Deus é graça e não um direito que nós temos e que podemos revindicar ou exigir dele. 
  • Ela acerta quando diz que podemos pedir a Deus bênçãos materiais, mas erra quando deixa de dizer que Deus tem o direito de negá-las quando achar por bem, sem que isto seja por falta de fé ou fidelidade de nossa parte.
  • Ela acerta quando diz que devemos sempre declarar e confessar de maneira positiva que Deus é bom, justo e poderoso para nos dar tudo o que precisamos, mas erra quando deixa de dizer que estas declarações positivas não têm poder algum em si mesmas para fazer com que Deus nos abençoe materialmente.
  • Ela acerta quando diz que devemos dar o dízimo e ofertas, mas erra quando deixa de dizer que isto não obriga Deus a pagá-los de volta.
  • Ela acerta quando diz que Deus faz milagres e multiplica o azeite da viúva, mas erra quando deixa de dizer que nem sempre Deus está disposto, em sua sabedoria insondável, a fazer milagres para atender nossas necessidades, e que na maioria das vezes ele quer nos abençoar materialmente através do nosso trabalho duro, honesto e constante.
  • Ela acerta quando identifica os poderes malignos e demônicos por detrás da opressão humana, mas erra quando deixa de identificar outros fatores como a corrupção, a desonestidade, a ganância, a mentira e a injustiça, os quais se combatem, não com expulsão de demônios, mas com ações concretas no âmbito social, político e econômico.
  • Ela acerta quando diz que Deus costuma recompensar a fidelidade mas erra quando deixa de dizer que por vezes Deus permite que os fiéis sofram muito aqui neste mundo. 
  • Ela está certa quando diz que podemos pedir e orar e buscar prosperidade, mas erra quando deixa de dizer que um não de Deus a estas orações não significa que Ele está irado conosco. 
  • Ela acerta quando cita textos da Bíblia que ensinam que Deus recompensa com bênçãos materiais aqueles que o amam, mas erra quando deixa de mostrar aquelas outras passagens que registram o sofrimento, pobreza, dor, prisão e angústia dos servos fiéis de Deus.
  • Ela acerta quando destaca a importância e o poder da fé, mas erra quando deixa de dizer que o critério final para as respostas positivas de oração não é a fé do homem mas a vontade soberana de Deus.
  • Ela acerta quando nos encoraja a buscar uma vida melhor, mas erra quando deixa de dizer que a pobreza não é sinal de infidelidade e nem a riqueza é sinal de aprovação da parte de Deus. 
  • Ela acerta quando nos encoraja a buscar a Deus, mas erra quando induz os crentes a buscá-lo em primeiro lugar por aquelas coisas que a Bíblia constantemente considera como secundárias, passageiras e provisórias, como bens materiais e saúde. 
A teologia da prosperidade, à semelhança da teologia da libertação e do movimento de batalha espiritual, identifica um ponto biblicamente correto, abstrai-o do contexto maior das Escrituras e o utiliza como lente para reler toda a revelação, excluindo todas aquelas passagens que não se encaixam. Ao final, o que temos é uma religião tão diferente do Cristianismo bíblico que dificilmente poderia ser considerada como tal. Estou com saudades da época em que falso mestre era aquele que batia no portão da nossa casa para oferecer um exemplar do livro de Mórmon ou da Torre de Vigia...
Augustus Nicodemus Lopes

Nosso papel é retransmitir à voz do PASTOR.