quarta-feira, 30 de março de 2016

Teologia do "preço" - quanto custa ser discípulo de Cristo?






       Nossa salvação teve um custo, como diz Asafe Borba em sua linda canção: “eu sei que foi pago um alto preço”.   Nossa redenção custou caro para Deus, ao enviar seu Filho Unigênito para que o pagamento fosse feito de uma só vez (1ª Pe 3:18).  Somos salvos pela graça, mas não de graça. Foi necessário derramamento de sangue inocente para que pecadores fossem resgatados.  “Deus pagou um resgate (preço) para livrar vocês do insuportável caminho que seus pais tentaram seguir para chegar ao céu, e o resgate que Ele pagou não foi simplesmente ouro ou prata, como vocês sabem muito bem, mas Ele pagou por vocês o precioso sangue de Cristo, o Cordeiro de Deus sem pecado e sem mancha” (1ª Pe 1:18,19 – B. Viva)         

                O preço da desobediência.

                Adão e Eva foram avisados que, desobedecendo a única ordem proibitiva de Deus, sofreriam uma pena: o preço da desobediência. Após a queda foram expulsos do paraíso e perderam as dádivas da comunhão com Deus e da eternidade, como bem diria o apóstolo Paulo, milhares de anos depois: “o salário (preço) do pecado, é a morte” (Rm 6:23).


Seguiu-se então ondas de morte e destruição: catástrofes naturais, guerras, vandalismo, sacrifícios humanos e gerações e gerações debaixo de maldição.


                O preço  da obediência.

                Para que Deus empreendesse seu plano de Salvação, levantou Abraão, Isaque e Jacó. Eles participaram deste plano pagando o preço da obediência. Abraão precisou sair “da sua terra e da sua parentela”; Isaque precisou nascer de pais idosos e sofrer sansões com respeito a seu meio irmão mais velho, Ismael. Jacó teve sua coxa tocada na luta com o anjo e andou manco pelo resto da vida. Alguém duvida que pagaram o preço por participarem do plano redentor de Deus? O preço da obediência?


                Os profetas igualmente pagaram esse preço. Jeremias, por exemplo, foi Incompreendido, perseguido, encarcerado, difamado e pagou o preço por sua fidelidade à Deus e a obra que fora chamado. De igual modo o foram Ezequiel, Daniel e Oséias e tantos outros.


             O preço do discipulado.

             Jesus deixou claro que a oferta da salvação é gratuita, mas para segui-lo havia um preço: “vai, vende tudo que tens e segue-me”, disse ao jovem rico. Este virou as costas e foi embora, pois não estava disposto a pagar o preço do discipulado.


Na igreja há muita gente salva pela graça, disposta a honrar à Deus com seus dízimos e ofertas, prontas a contribuir pela expansão do Reino de Deus. Mas alguns vão além e reagem corretamente ao ouvir Jesus dizendo: “se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome dia a dia a sua cruz, e siga-me”. Em muitas Bíblias o título da passagem em negrito é: “O custo (ou preço) do discipulado”.

O preço da missão.
Ao se referir a sua missão, Paulo não escondeu que conhecia esse preço: “sobre mim, pesa essa obrigação, e ai de mim se não pregar...” (1ª Co 9:16). Paulo ainda acrescentou: “Agora, me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições de Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja” (Cl 1:24). Paulo não pagou pela sua redenção, muitos menos para que pudesse alistar-se no exército de Deus ou se tornar o grande personagem  que foi. O preço pago por Paulo é o preço que qualquer cristão pagará se quiser ir além, fazendo a escolha de se identificar com Cristo a ponto de se dispor a sofrer, se necessário, para que os propósitos de Deus se cumpram em e por meio de sua vida.

O preço por não entender "o preço".
Finalizando, acredito que qualquer cristão que desejar fazer a diferença nesta geração e não entender a “teologia do preço” não irá muito longe em sua missão. Mais cedo ou mais tarde perceberá que alguma coisa está errada com seu chamado, sofrerá decepções e em breve abandonará sua consagração.
Os atletas olímpicos pagam caro para obterem uma medalha. Enquanto seus amigos vão namorar, ele vai para o treino. Enquanto seus amigos vão ao cinema, ele vai para o treino. Enquanto seus amigos saem de férias ou viajam no fim de semana, ele vai treinar. Festas, aniversários, eventos e shows os chamam constantemente. Mas eles escolheram abrir mão daquilo que é natural à juventude para pagarem o preço que uma medalha olímpica custa: dedicação acima da média.

“Numa corrida todos correm, porém só uma pessoa consegue o primeiro prêmio. Portanto, disputem sua corrida para ganhar. Para vencer a competição vocês precisam renunciar a muitas coisas que os impediriam de fazer o melhor que podem. Um atleta faz todo esse sacrifício só para ganhar uma faixa azul ou uma taça de prata, porém nós o fazemos por uma recompensa celestial que nunca perecerá.  Portanto, eu corro direto para o alvo, com esse propósito em cada passo. Eu luto para ganhar. Não estou apenas esmurrando uma sombra ou correndo de brincadeira.  Eu castigo meu corpo como um atleta faz tratando-o com dureza, treinando-o para fazer o que deve, e não aquilo que ele deseja. De outro modo, eu temo que, depois de ter inscrito os outros para a corrida, eu mesmo seja considera­do incapaz, e me mandem ficar de lado (1ª Co 9:24 à 27).Em outras palavras: “eu aprendi a pagar o preço” (Ap. Paulo).


E você?





                                                                                                 Pr. Sérgio Marcos

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