Nossa
salvação teve um custo, como diz Asafe Borba em sua linda canção: “eu sei que foi pago um alto preço”. Nossa redenção custou caro para Deus, ao enviar seu Filho Unigênito para que o
pagamento fosse feito de uma só vez (1ª Pe 3:18). Somos salvos pela graça, mas
não de graça. Foi necessário derramamento de sangue inocente para que pecadores
fossem resgatados. “Deus pagou um resgate
(preço) para livrar vocês do insuportável caminho que seus pais tentaram seguir
para chegar ao céu, e o resgate que Ele pagou não foi simplesmente ouro ou
prata, como vocês sabem muito bem, mas Ele pagou por vocês o precioso sangue de
Cristo, o Cordeiro de Deus sem pecado e sem mancha” (1ª Pe 1:18,19 – B. Viva)
O preço da desobediência.
Adão e
Eva foram avisados que, desobedecendo a única ordem proibitiva de Deus,
sofreriam uma pena: o preço da desobediência. Após a queda foram expulsos do
paraíso e perderam as dádivas da comunhão com Deus e da eternidade, como bem
diria o apóstolo Paulo, milhares de anos depois: “o salário (preço) do pecado, é a morte” (Rm 6:23).
Seguiu-se então ondas de morte e
destruição: catástrofes naturais, guerras, vandalismo, sacrifícios humanos e
gerações e gerações debaixo de maldição.
O preço da obediência.
Para
que Deus empreendesse seu plano de Salvação, levantou Abraão, Isaque e Jacó. Eles
participaram deste plano pagando o preço da obediência. Abraão precisou sair “da sua terra e da sua parentela”; Isaque
precisou nascer de pais idosos e sofrer sansões com respeito a seu meio irmão
mais velho, Ismael. Jacó teve sua coxa tocada na luta com o anjo e andou manco
pelo resto da vida. Alguém duvida que pagaram o preço por participarem do plano
redentor de Deus? O preço da obediência?
Os
profetas igualmente pagaram esse preço. Jeremias, por exemplo, foi
Incompreendido, perseguido, encarcerado, difamado e pagou o preço por sua
fidelidade à Deus e a obra que fora chamado. De igual modo o foram Ezequiel,
Daniel e Oséias e tantos outros.
O preço do discipulado.
Jesus
deixou claro que a oferta da salvação é gratuita, mas para segui-lo havia um
preço: “vai, vende tudo que tens e
segue-me”, disse ao jovem rico. Este virou as costas e foi embora, pois não
estava disposto a pagar o preço do discipulado.
Na igreja há muita gente salva
pela graça, disposta a honrar à Deus com seus dízimos e ofertas, prontas a
contribuir pela expansão do Reino de Deus. Mas alguns vão além e reagem
corretamente ao ouvir Jesus dizendo: “se
alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome dia a dia a sua cruz, e
siga-me”. Em muitas Bíblias o título da passagem em negrito é: “O custo (ou preço) do discipulado”.
O preço da missão.
Ao se referir a sua missão, Paulo
não escondeu que conhecia esse preço:
“sobre mim, pesa essa obrigação, e ai de mim se não pregar...” (1ª Co 9:16).
Paulo ainda acrescentou: “Agora, me
regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições de
Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja” (Cl 1:24).
Paulo não pagou pela sua redenção, muitos menos para que pudesse alistar-se no
exército de Deus ou se tornar o grande personagem que foi. O preço pago por Paulo é o preço que
qualquer cristão pagará se quiser ir além, fazendo a escolha de se identificar
com Cristo a ponto de se dispor a sofrer, se necessário, para que os propósitos
de Deus se cumpram em e por meio de sua vida.
O preço por não entender "o preço".
Finalizando, acredito que
qualquer cristão que desejar fazer a diferença nesta geração e não entender a
“teologia do preço” não irá muito longe em sua missão. Mais cedo ou mais tarde
perceberá que alguma coisa está errada com seu chamado, sofrerá decepções e em
breve abandonará sua consagração.
Os atletas olímpicos pagam caro
para obterem uma medalha. Enquanto seus amigos vão namorar, ele vai para o
treino. Enquanto seus amigos vão ao cinema, ele vai para o treino. Enquanto
seus amigos saem de férias ou viajam no fim de semana, ele vai treinar. Festas,
aniversários, eventos e shows os chamam constantemente. Mas eles escolheram
abrir mão daquilo que é natural à juventude para pagarem o preço que uma
medalha olímpica custa: dedicação acima da média.
“Numa corrida todos correm, porém só uma pessoa consegue o primeiro
prêmio. Portanto, disputem sua corrida para ganhar. Para vencer a competição
vocês precisam renunciar a muitas coisas que os impediriam de fazer o melhor
que podem. Um atleta faz todo esse sacrifício só para ganhar uma faixa azul ou
uma taça de prata, porém nós o fazemos por uma recompensa celestial que nunca
perecerá. Portanto, eu corro direto para
o alvo, com esse propósito em cada passo. Eu luto para ganhar. Não estou apenas
esmurrando uma sombra ou correndo de brincadeira. Eu castigo meu corpo como um atleta faz
tratando-o com dureza, treinando-o para fazer o que deve, e não aquilo que ele
deseja. De outro modo, eu temo que, depois de ter inscrito os outros para a
corrida, eu mesmo seja considerado incapaz, e me mandem ficar de lado (1ª Co
9:24 à 27).Em outras palavras: “eu aprendi a pagar o preço” (Ap. Paulo).
E você?
Pr. Sérgio Marcos
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