quinta-feira, 1 de março de 2012

Dom Robinson Cavalcanti - uma perda significativa no meio evangélico em nosso país.

Morreu neste domingo dia 26 assassinado pelo filho adotivo, o bispo da Igreja Anglicana em Recife Robinson Cavalcanti. A sua esposa também morreu neste crime bárbaro.
A noticia foi divulgada nesta madrugada no site oficial da Igreja Anglicana Diocese do Recife. Naquele momento, ainda não se dispunham de detalhes, apenas se informava que o crime ocorreu neste domingo 26/02/2012 por volta das 22h na residência do casal na cidade de Olinda – Pernambuco.
As 08:10h desta segunda-feira, o Diário de Pernambuco (com informações do repórter Eduardo Araújo da TV Clube) informou que, de acordo com a policia, o autor do crime é o próprio filho adotivo do casal Eduardo Olímpio Cotias Cavalcante, de 29 anos. O rapaz morava nos Estados Unidos desde os 16 anos de idade e teria voltado ao Brasil há cerca de 15 dias depois de ter sido preso no estrangeiro várias vezes por envolvimento com drogas e outros delitos. (fonte: púlpito cristão)

Robinson foi um desbravador em searas que muitos temiam navegar: política, sexualidade, inserção político-partidária, participação sindical, política e vida acadêmica, política eclesiástica… Ele tinha uma dedicação e desprendimento invejáveis. Estava presente e participava. Até bem recentemente era para ele uma obrigação a participação para além do tempo da sua fala em eventos que ia como preletor. Gostava de estar presente, de ouvir e perceber as outras vozes. Era muito centrado nele e no que defendia, mas tinha, no mínimo, a curiosidade do cientista social em relação ao outro. E, acima de tudo, tinha a sensibilidade — como excelente orador — de efetivamente interagir com os seus ouvintes.
Nos últimos anos, como Bispo, sua agenda e obrigações eram maiores e com isso ficava menos tempo do que gostaria nos eventos. Nunca sem manifestar sua insatisfação em “ter que sair”. No tempo que ficava, era comum vê-lo conversando e interagindo com todos. Seja nas filas, nas mesas, nos corredores. Esse ethos que a ABU lhe conferiu, da importância da relação e do encontro, ele teimava em não abrir mão. Não era uma estrela distante ou um preletor especial; era bom de papo, acessível e sempre disposto ao encontro; isso mesmo com as vestes litúrgicas que orgulhosamente utilizava, acompanhadas de engraçadas explicações que apresentava para justificá-las.
Lembro desse Robinson que foi um dos primeiros evangélicos a ter uma militância acadêmica nas Ciências Sociais e a interagir sua fé com uma postura crítica e propositiva para a Universidade brasileira. Robinson foi professor, membro dos colegiados superiores, coordenador de pós-graduação stricto sensu e Diretor do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFPE. Uma importante referência para alguns professores e professoras que hoje navegam na seara das Ciências Sociais das universidades brasileiras.
(fonte: pavablog)

Conheci pessoalmente o irmão Robinson quando eu cursava a FTBSP, no bairro de Perdizes, em São Paulo, na década de 1980, em virtude de uma palestra que proferiu aos alunos. Sua inteligência, sabedoria e poder de comunicação são impressionantes. Ultimamente venho apreciado, e muito, seus artigos na revista Ultimato - www.ultimato.com.br - e lamento muito sua partida num momento em que a igreja carecia de suas lúcidas considerações sobre o movimento evangélico no país.

Sérgio Marcos

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