terça-feira, 27 de novembro de 2012

A Síndrome de Diótrefes

     Para alguns, um mero coadjuvante no cenário da Igreja Primitiva. 
     Para outros, um câncer perigosíssimo.     
     Quem foi Diótrefes, o homem que resistiu João, o apóstolo?


     As opiniões (entre os eruditos) divergem  sobre a posição de Diótrefes na igreja. Uns dizem que ele era um dos líderes, mas  havia usurpado essa posição. Outros asseguram que era um aspirante ao cargo, tendo Gaio e Demétrio como "rivais". Há quem afirme que era influente por ser rico ou mais culto que os demais. Tudo isso são especulações impossíveis de serem provadas. O foco da epístola, porém, é o espírito de rebelião presente nesse homem e o dano que quase causou a igreja (*).
     Síndrome é o conjunto de sintomas que definem uma doença. Esse conjunto de sintomas foi delineado pelo Espírito Santo ao inspirar João a escrever essa carta extraordinária.  Acredito que em todos os lugares e em todas as eras, sempre houve (e haverá), em nossas igrejas, essa síndrome, que vez por outra se manifesta. Por isso Deus, em seu infinito amor, nos deixou registradas essas palavras a fim de nos precavermos e protegermos a igreja dessa influência malsã.
     Os sintomas da síndrome são: anseio por cargos e posição de visibilidade, resistência a autoridade espiritual, dificuldade em estabelecer limites de respeito, insatisfação e intensão de causar prejuízo a comunhão dos fiéis, ou seja, a famosa formação de "panelinhas" (vide III João 9 à 11). Conhece alguém com esse perfil em sua comunidade? Então cuidado! Diótrefes vive, e está "membrando" em nossas igrejas até os dias de hoje. Convém agir como João recomenda: "se eu for aí, far-lhe-ei lembradas as obras que ele pratica" (vs. 10). "Amado, não imites o que é mau, senão o que é bom. Aquele que pratica o bem procede de Deus; aquele que pratica o mal jamais viu a Deus"(vs, 11).
     O Senhor te dará entendimento, conservará no seu amor e te concederá discernimento para agir com rigor, na verdade e no amor. Paz.

( * ) I,II e III João, Introdução e Comentário, Edições Vida Nova - John R. W. Stott
    
     

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